Caravana da ACEG promove encontro entre estudantes e jornalistas experientes

Projeto criado em 2016 busca integrar universitários e profissionais interessados em jornalismo esportivo à associação.

                                                                                                                                  Por Daniel Batista

Como ser torcedor de um time e preparar uma reportagem jornalística com isenção de opinião? Essas e outras perguntas foram respondidas na última sexta-feira (20) e sábado (21) durante a passagem do projeto Caravana da ACEG por Pelotas. O evento, que ocorreu no auditório um do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), foi composto por painéis e debates mediados por jornalistas da cidade, pelo presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG) e por estudantes de jornalismo.

Caravana da ACEG esteve em Pelotas no último final de semana. Foto: Talyssa Machado/Arquivo Pessoal

Com lugares vazios no auditório e um pouco de atraso, o evento teve início com um discurso do presidente da ACEG, Carlos Edgar Fontoura Vaz. Nele, o mandatário explicou o que está sendo feito para recuperar, financeira e administrativamente, a associação de uma crise que, segundo ele, teve início em 2014, com a instauração de um processo de destituição do então presidente da entidade, Haroldo Santos, acusado de ocultar cerca de R$82 mil das contas da associação. Na ocasião, Carlos Edgar estava na vice-presidência e assumiu a presidência após a renúncia de Haroldo.

Presidente da ACEG discursa no inicio do evento. Foto: Daniel Batista/Em Pauta UFPEL
Críticas do presidente
Em seguida, o presidente dirigiu duras críticas à CBF e ao modo como a confederação vêm tratando a distribuição das credenciais em jogos de futebol, dificultando o acesso das equipes de rádios ao campo de jogo. “A CBF quer acabar com o rádio no futebol.”, afirmou. Carlos Edgar também destacou a importância do rádio na promoção do esporte.
 “Quem promove o futebol ainda é o rádio, quem leva o torcedor para o estádio ainda é o rádio.”, contou.

Quando questionado sobre a queda de popularidade do futebol de salão, o presidente atribuiu às modificações feitas na modalidade e a posterior criação do futsal, além da influência da televisão, como responsáveis. “Uma das grandes bobagens foi transformar o futebol de salão em futsal com o intuito de se transformar em esporte olímpico, o que não se concretizou.”, disse. “A televisão matou o futebol de salão”, completou.

A paixão pelo esporte e a experiência
André Muller, que já trabalhou como repórter na TV Pampa e nas Rádios Tupanci, Nativa e Cultura e, atualmente, é coordenador do departamento de esportes da Rádio Pelotense, destaca a paixão pelo futebol como elemento fundamental para seguir na área. No entanto, afirma que o profissional deve sempre buscar isenção de sua opinião nas informações. 
“Nós não podemos ser um torcedor com um microfone na mão”, destaca.
Além de histórias dos jornalistas convidados sobre os acontecimentos dos bastidores do jornalismo esportivo, o evento contou, também, com a participação de um iniciante na profissão. O estudante de jornalismo Lorran Dolácio é também coordenador de esportes do projeto “Federal em Campo”, do curso de jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Em sua fala, o universitário destacou a importância do projeto. “É uma maneira de experimentar o jornalismo na prática”, conta.


O preconceito

Sobre a questão do preconceito contra as mulheres que atuam no jornalismo esportivo, Carlos Edgar foi enfático. “Ainda há preconceito”, afirmou. “Mas, as vezes, as mulheres têm mais coragem de fazerem certas perguntas do que jornalistas experientes”, completou.

O projeto Caravana da ACEG foi criado como parte das comemorações dos 71 anos da ACEG, completados em 2016, e busca integrar universitários e profissionais interessados em jornalismo esportivo à associação. Em seu primeiro ano, percorreu as cidades de Santa Maria e Novo Hamburgo. 

Conheça um pouco da história da ACEG no vídeo institucional em comemoração aos 70 anos da associação.










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O A Pauta

O projeto "A pauta" foi desenvolvido como atividade da disciplina de Webjornalismo do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).